Era de manha, cedinho, hora de ir ao trabalho, mais um dia de pressão.
Distraída enquanto a fila não anda... notei que ele ia andando por uma beira de rio, onde ainda existem arvores, verdes... Olhava para os brotos das arvores, como quem recebe e bendiz aquele dia, mais um almejado dia. O sol nem brilhava tanto assim, mas as calças velhas traduzia uma vida simples, simples demais. O olhar era tão vago. Como se não houvesse preocupação. Fiquei por segundos olhando e tentando entender. A privação, a falta de um calçado novo, uma roupa nova... um carro...
Eu tenho um carro, tenho roupas, tenho tudo, nem tão tudo assim, mas tenho tudo. Ele não precisa de nada. Um dia eu não precisava de quase nada, era pouco mas era louco e era bom.
Vez ou outra almejava algum supérfluo, mas eu tinha amigos, eu tinha meu tempo louco. Um tempo tão distante, uma responsabilidade fodida tomou meu tempo louco. Devia existir uma linha tênue para observar onde começa a custar o tempo. Alguem falou uma vez... e eu repito, essa responsa não custou barato, custou meu tempo louco.
Dor de estomago agora é refluxo, não é adrenalina!
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