quinta-feira, 20 de maio de 2010
De caco em caco.
Eu ia começar dizendo ... Alguem aqui sabe? Mas me lembrei talvez isso aqui nem seja visto por alguem, sem problema, meu diário tambem ninguem lia.
Bom... de gigi pra gigi.
Querida, teu vaso ja quebrou faz tempo, não rola colar os cacos, caco é caco, colado deformado fica. Teu passado é tosco, teu presente é consertado e teu futuro é mais ou menos. Não sei te explicar porque, só sei que foi assim. Qual foi o marco principal, te lembras? Não né, derrepente as coisas lhe começaram a parecer ruins não foi? Por isso que dizem querida, quem vive na ignorância é feliz! Será por isso que eventualmente você sai fora da casinha? Que é pra fugir da realidade que te atormenta? Onde estão os seus sonho? Estavam no vaso que se quebrou e se perderam pelo ar? Querida, volte a sonhar meu amor, volte, para o seu bem volte a sonhar.
" A minha alma partiu-se como um vaso vazio.
Caiu pela escada excessivamente abaixo.
Caiu das mãos da criada descuidada.
Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso.
Asneira? Impossível? Sei lá!
Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.
Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir..."
Álvaro de Campos, 1929
Beijos!