E a cena se repetiu mais uma vez ...
Um cházinho pra digerir melhor toda aquela dor, já que abrir as portas da percepção não era seu forte.
Um travisseiro, um cobertor, uma tv, seu quarto, tudo ali, menos ele.
Também não importava mais, já quem com ou sem ele, ela não conseguia amedontrar a agonia.
Pensou em quantas vezes sorrisos de verdade ilustraram seus lábios ao lado dele...
Quantas histórias, mentiras, mentiras doces, ou simplesmente mentiras. Que corroem o ego a alma, destrói a tal confiança.
Pensou nas pizzas que não comeu com suas amigas, pra "esperar por ele".
Os pileques que deixou de ter, pra manter a pose pra ele, as farras, as fofocas de horas a fio com as irmãs nas tardes de domingo...
Aquele amigo que precisou dela, aquela viagem que só podia ir sozinha mas não foi pra não magoa-lo. Perdeu tudo isso pela presença dele...
E uma lista se fez, churrasco, aniversários, shoping, sorvetes sábado a tarde, academia, faculdade! A FACULDADE!!Quanta privação.
Depois chorou, chorou, chorou que nem criança, com direito a soluços de raiva, até perder as forças.
Depois veio a lucidez, agora era refazer a lista conforme a vida lhe impunha.
Pensou na idade, ainda bem que dava tempo de recomeçar e fazer tudo o que por algum tempo perdera a o valor. O filme agora era outro!
