quinta-feira, 17 de março de 2011

A praça


Uma pracinha, dessas pracinhas de quando se é adolescente, com bancos, árvores, grama, calçada, simples, como as coisas simples e boas da vida.


Dava de ver um banquinho, ao lado um casal de namorados beijavam-se apaixonadamente, um ursinho branco de pelúcia esquecido no banco completava a cena. Do outro lado da praça, estava um senhorzinho solitário sentado em seu banco. Talvez ele nem tenha reparado, ou talvez tenha, mas eu fiquei quase sem querer observando a cena com um sentimento de nostalgia... continuei caminhando com um sorriso nos lábios, lembrando de quando eu era mais jovem, de que o maldito tempo não importava quando eu estava ao lado da minha paixão, mesmo sentindo que as vezes, não raramente ele não sentisse exatamente o mesmo que eu, mas quem sente?
Então um beijo apaixonado poderia demorar minutos, não faltava respiração, pelo contrário, o beijo era a vida, o fôlego do meu amor. Fiquei pensando, porque o tempo passa? e eu nem sou tão velha, mas porque o tempo passa !!!
Eu volto a perguntar... porque cinco minutos é tão importante lavando uma louça, estendendo uma roupa, assistindo um jogo, que não dê de parar e beijar na boca.
Apesar de todas a luxúrias da mundo, o beijo na pessoa amada ainda é puro na sua escência. Mesmo se for aquele beijo quente e ardente, mesmo se o corpo esquentar, e as mãos apertarem com mais força... mesmo assim, se tiver amor... esse amor purifica qualquer ato extravagante e indescente.

E aquele senhorzinho sentado ali, pensei comigo, será que ele ainda dá atenção à essas coisas, será que lhe faz falta aquele beijo amado... Porque deveria fazer, ou talvez não, depende do quanto ele iria sofrer na falta do beijo amado.

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